quinta-feira, 26 de abril de 2018

E o que é que se faz?

Not much. Fora o trabalho, o soninho, as arrumações de primavera (que já começaram há atrasado, mas, como sempre, a passo de caracol), o estar cansada como se fosse véspera de férias.

Nos entretantos, vai sobrando tempo - uma horita, vá - para, antes da deita, ver qualquer coisa. E o quê, o quê, nossa gurua televisiva (querias)?

No campo do vê-se muito bem, é divertido e dá para mamar dois de seguida, Black-ish, a última temporada dos Simpsons a aterrar na Fox, e espera-se pela segunda parte da temporada 5 de The Goldbergs.

No campo do gostei da primeira, agora vamos lá a ver se mantém a pedalada, Westworld, que, graçádeuz mantém o Jeffrey Wright, um actor do caraças. Não matem o Bernard, por amor da santa.

No campo do vi o primeiro e promete, Barry.



No campo do ai ca nervos, ai não consigo ver, ai que tenho de ver, ai que grandes, grandes nervos, a que acumula um elenco do caraças, uma história do caracinhas, e um ritmo tão mas tão inquietante, The Terror, que deve ser a coisinha ma'boa que já nos passou no tubisor desde há muito.



E é isto.

Entretanto, e porque me mate mal soube começou a bater palminhas como um catraio e eu não sou pessoa de o deixar ir a coisas destas sozinho, vamos ver este velhote lenda (por enquanto) viva:




sexta-feira, 20 de abril de 2018

Where do they all belong?

À conta do tema e cumbersé no post abaixo, musicóles para aqui, musicóles para ali, dei por mim num momento facepalm ao me dar conta que esqueci de mencionar (e com as devidas honras) aquele que é talvez!, quiçá!, o filme musical que mais me influenciou, marcou, emocionou, alegrou, e cujos temas ainda hoje cantarolo tantas vezes nesta cabecita de vento.

Sim, sim, o Yellow Submarine. Não faço ideia da idade que teria quando o vi pela primeira vez, mas era criança, não teria ainda dez anos, julgo, foi de certeza no tempo dos dois canais de tv. Fui levada por um conjunto de factores que eram total e completamente enganosos: desenhos animados + cantoria, ainda por cima dos Beatles (tooooda a gente sabia quem eram os Beatles, tooooda a gente já tinha ouvido uma ou cinco deles, toooda a gente gostava dos Beatles, incluindo a minha heroína de papel, a Mafaldinha). Tinha que ver, e fiquei a ver.

E tau, não era nada, nada o que esperava. Os desenhos, pá, os desenhos animados não eram nada do costume! Mesmo para uma garota habituada a todos os experimentalismos koniec apresentados pelo querido Vasco Granja, e que já levava no curriculum inúmeras visualizações de O Bichinho Gaspar (ainda alguém se lembra deste desenho animado?), a coisa mais fora que já tinha visto, aquilo era muito, muito bizarro. Muito colorido e histriónico, ou como sei agora, psicadélico. Que raios. Mas agarrou-me logo, não sei se graças aos Blue Meanies, se à Glove, dear Glove. E depois aquele pedaço mágico, em que o submarino entra num mundo real de recortes monocromáticos e em movimento aflitivamente repetitivo, e entra o Eleanor Rigby. Céus, alguma coisa acordou e nunca mais adormeceu em mim. All the lonely people. All the lonely people. De onde vêm, onde pertencem. E a música, credo, a música, a coisa mais bela, melódica, una de sempre. Uma sinfonia à e de solidão.


Havia quem soubesse de nós, quem percebesse estas existências. A dos eternamente sós num lugarzinho dentro de si. Que não sabem de onde vêm, para onde vão, onde pertencem. Num mundo de bulício e rebuliço estridente, a constante da solidão.
Parece triste, mas não é. Não é triste que uma garota tão nova soubesse identificar o sentimento, passados todos estes anos sei que não seria, decerto, caso único. E não é triste porque naquela música encontra-se conforto, o calor do reconhecimento. Além de que, apesar de all the lonely people, há uma casa onde um capitão de marinha bate à porta, gritando help!, help!, e onde recebe de resposta thanks, we don't need any. Ainda hoje me rio, só de pensar nessa cena. E há um submarino (amarelo!), uma missão de salvamento - que no caminho também inclui salvar um nowhere man que também reconhecemos e tememos um dia sejamos nós - uma terra de onde foi abolida a alegria e a música, mas esta volta graças à Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, YAY!, os Blue Meanies derrotados. E continuam a ser derrotados, hoje e sempre, nem que seja à força, à bruta, ao estalo. E pode-se sempre começar com esta aqui, do mesmo bando de despenteados. Recomendo vivamente. It's all in the mind, dizia o George no filme, e a mind é nossa, fazemos com ela o que nos apetecer, ora.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Como perder duas horas e oito minutos desta já curta vida

Empenhem-se num acto de fé, daqueles tipo "caraças, havia boas críticas e até foi nomeado", e vejam o La La Land.
Que. Grandecíssima. Seca. E. Refinadíssima. Bosta.

Lá a ver, às postas, pequeninas, a ver se consegue mastigar melhor.

"Ai, é uma história menita e remântica".
Então não é. Está para a complexidade dramática e romântica como aquelas novelas em papel jornal da colecção Arlequim*. Passo.

"Ai, tem o Ryan Gosling e a Emma Stone, e fazem um casal tan menito".
Sim senhora, o Ryan é um belo exemplo do seu género, mas para quem já mostrou do que é capaz em "Lars e e Verdadeiro amor", não sei que lhe deu para se meter nisto. E há pares de jarras também muito lindos, o que não significa que façam uma boa decoração.

"Ai, tu és mazé uma intelequetualoide e não gostas é de musicóles"
Ai não que não gosto. Até mais do que seria decente confessar. Admito: sou uma parolona por musicais. Vem-me de miúda: já vi o "Música no Coração" tantas vezes que nem as consigo contar. E trauteio o My Favorite Things em situações críticas da vida, não necessariamente trovoada, gosto de trovoada. E canto muitas vezes a me mate "How do You Solve a Problem Like Maria", quando ele asneira. E nem me façam lembrar do Mary Poppins, que nunca mais saio daqui. E depois vocês precisavam de uma Spoon full of Sugar para ler o post até ao fim.

"Ai, não percebestes nada, é uma homenagem, um back memory lane, de quando Óliuode era um sítio para sonhar e assim"
Uma homage, dizeis vós? (puxa fumaça do cachimbo imaginário). Ó valhamedeuz. Homenagem era as pessoas conhecerem os clássicos onde este pretende colar, ou, como dizeis, homenagear, para verem que é como oferecer um molhinho de trevos e azedas a quem tem um roseiral. Mas já lá vamos.

"Ai, a música é muita winda, e as cenas de dança também"
Drogais-vos? Ou nunca visteis um musical a sério, foi? Já disse que sou uma parolona (embora não necessariamente uma especialista) por musicais? E que passei muita féria escolar a papar Fred Astaire e Ginger Rogers? Sapatear é isto. E isto, se quisermos avançar para a outra lenda, Gene Kelly. E quereis mais romântico, e com música que, por si só, é um regalo? Então pegai no balde de pipocas e gritai Kelly!, Gershwin! Isto sim, é romântico. E se não amais por aí além a dança, que tal a natação? Yay Esther Williams!
Agora a sério, qual homage?  Amerdalharam os clássicos, isso sim. Ou tentaram, que não se consegue.
E se não sois de lamechices, bom, não falta escolha. Também temos o bizarro. O musical no ácido - e acho que não é só figurativamente - como este (não encontro nenhum clip completo , buá), com a assinatura Brian de Palma. Se quiserem um bizarro mais user friendly, mais icónico e não tão obscuro, bom, é dar uma chance ao Dr. Frank-N-Furter, tão bom, pá.

Até o Chicago, nem que seja pelo Cell Block Tango, dá quinze a zero a este La La Blah.



*sim, eu li uma. por pura curiosidade. gasto muito mal o tempo que me foi dado nesta existência. mas ópois estou habilitada a dizer mal. que estou.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

[ ]


(a trabalhar uma pessoa não chega lá, pois não; sem embargo, submeti hoje a declaração de irs e a simulação de reembolso é muitíssimo animadora. dá para muita carcaça e pacote de manteiga, ó se dá. e toblerones daqueles tamanho jumbo? ui.)

terça-feira, 3 de abril de 2018

Menina não entra

Estava eu aborrecida que dava dó, e com disponibilidade para bater perna numa catedral do consumo, dito e feito, fui. Calha que tal local tem várias lojas dedicadas ao calçado desportivo, e eu ando há que séculos augada por um téne amarelo, ou verde, vá, em não havendo do primeiro.
Loja um: népias, só os adidas da moda e mais outros em branquinho, já tenho do género.
Loja dois: meu petit coeur acelera, lá estão eles, os puminhas 'marelos!, yay!, ó senhor, ó senhor, é disto em 38! Não há. Desses aí - modelos coloridos - só vem de 40 para cima. 38 só estes - os sensaborões, consensuais adidas, pumas e outros pretos e azul escuro. Zanguei. Inquiri: então não há isto em colecção de senhora, ou não mandam vir números baixos, ou quê? Não mandam vir, não sabe porquê. Amuei.
Loja três (por acaso logo ao lado): yay! uma prateleira cheia de ténes coloridos!, tan giros!, e há 'marelos!, yay! e entretanto levanto a cabeça e vejo, encimando o expositor em tábua rústico-chique, a palavrinha "MEN". Olha, que caraças. olho para o lado contrário, confiro, é "WOMEN". E é vómito, também. Ele há branquinho, ele há cor-de-rosinha, ele há verde-auguinha, ele há zulinho-bebé, ele há o tal de nude - para pessoas como eu parecerem descalças, e também marelinho, mas clarinho e da pele ralinha da adidas, que ainda por cima anda nos pés de toda a gente (já num quero, pertanto). Cores assim para o vivaço, e que, já agora, não fiquem todas cagadas a uma semana de uso, nadinha.
Quase manifestei, quase birrei, quase chorei.
Ponderei pesquisar internetes por um zingarelho esticador de pés, a ver se atinjo os almejados e não discriminados 40. Mas, em vez disso, fui-me a uma loja online. Daquelas onde certos modelos existem desde o 36 ao 47. Como rondei muito o bicho pretendido, mandaram-me um cupão, nesse dia. E tau, estão a caminho.
Piretes, piretes a rodos para os caralhetes do comércio local e lojas físicas. Hão-de ter muita freguesia, com essas manias. Vocêzes e os outros que só vendem meias com menecos a partir do 41. Nas internetes custam o mesmo e há para todos. Feios.